quarta-feira, dezembro 27, 2006

Mensagens de Natal

Agradeço a todos os que me enviaram um Santo Natal e peço desde já desculpas por não ter respondido, fiz greve do telemóvel e não enviei uma única mensagem nem a família nem amigos. Vou revelar que para uma amiga que tenho mais sensível enviei um “Obrg p ti tb”

Primeiro eram os CTT que ganhavam com isto do Natal e agora a TMN Optimus e Vodafone, desde que se pague enviam-se saudações! O espírito do gastar gastar gastar aplica-se também às felicitações. Pessoas com quem não falava há anos enviaram-me mensagens este ano, e por isso eu pergunto que sentido, nesse caso, fazem estes desejos e votos? Se são desejos de voltar a falar e não perder o contacto também não percebo porque são estandardizadas… e quando falo nisto respondem-me assim: Ahhh lembraram-se de ti!, mas posso garantir que este ano fui vítima de mensagens standard que chegaram a mim pelo modo ‘Enviar a todos’ e com a minha hiper-sensibilidade causada pela época, isso fez-me pensar.

Além disso há mais coisas que me provocam interrogações. Há pessoas que enviam com orgulho aquela mensagem muito engraçada que receberam da amiga lá do escritório, de quem estão sempre a dizer mal, mas como ficaram ao lado uma da outra no jantar de Natal até descobriram que se davam bem e partilham gostos, muda-lhe a assinatura e cá vai, por isso temos que ler as mesmas mensagens vezes sem conta…

… e há de todos os tipos como a Coca-Cola, para os gordos, para os magros, para os mais crentes, para os menos crentes, com graça, sem graça, sem gracinha absolutamente nenhuma a achar que tem alguma e depois há entre tantas as muito poucas que são as de quem nos mandou com toda a verdadeira vontade de desejar o melhor…. Eu não duvido dos sentimentos mas vejo pela atitude de quem as mandava à minha volta que era mais uma actividade popular em que temos que participar porque senão somos estranhos, é quase como não ver a floribela ou não saber quem é o Toni Carreira… respondem-nos logo com as feições muito abertas “NÃO SABES QUEM É, PELO AMOR DE DEUS” “Não mandastesss mensagens de Natal, Pelo Amor de Deus!!! OPÁ 13A não és normal!” por isso (sem que esta seja uma justificação de valor mas a única verdadeira que tenho) tomei a atitude, mais do que arrogante, de não enviar absolutamente nenhuma mensagem de Natal. Sei que não foi a melhor das atitudes mas foi a que tive.

Mas como também não fica bem só valorizar as coisas más digo que gostei muito de receber aqui no trabalho um e-mail de uma empresa que dizia ter tomado a decisão de doar o dinheiro, normalmente gasto em postais de Natal, a uma instituição e por isso enviava apenas um e-mail. Foi menos um postal que se rasgou aqui e que serviu para alguma coisa, (desculpem a frontalidade mas seria ilusório pensar que, no mínimo ao fim de um ano, não se deitam fora essas coisas, num sitio onde a acumulação de papel é um problema).

sábado, dezembro 09, 2006

Descreve-me numa só palavra


Recebi o único forward que me pareceu interessante e por isso foi dos poucos a que dei continuidade.

‘Descreve-me numa só palavra.’


Não foi tanto pelo interesse de pôr os outros a pensar em mim, mas fiquei sobretudo entusiasmada com a ideia de pensar em mim através dos outros. Já tomei consciência de que me vejo de uma forma muito destorcida, muitas vezes sou demasiado triste ao observar-me e bastante derrotista. O olhar dos outros muitas vezes foca-se no sorriso que enviamos de dentro para fora, no sorriso que lhes oferecemos e que, por fazer o percurso nesse sentido – afastando-se de nós, esquecemos de valorizar e lembrar que somos capazes de o fazer nascer em nós.

Obrigado a todos os que me descreveram e me enviaram um sorriso que chegou cá dentro e me iluminou um pouco.



Obrigada
13a

segunda-feira, novembro 20, 2006





















Muito tempo longe do Blog... mais tempo perto de mim...

Perto dos meus trabalhos queridos... de novo na escola!

domingo, outubro 22, 2006

Curtas do Atendimento ao Público...

... insólitos! (ao telefone)

13 a "Boa tarde"

"Boa tarde"
"Olhe, desculpe, a parte do pagamento é mesmo necessária?"

13a ... "Bem..., aqui, e em muitos outros sítios, a prestação de serviços basea-se numa troca que implica um pagamento em dinheiro... Sim!"

"Então e para nós também?"

13a "E quem são os Senhores, Desculpe a indelicadeza?!"

"Somos do Norte"

... E quase que dizia... então pode ser!!! Com certeza, como são do norte e eu não os conheço de absolutamente lado nenhum, e como é a 1ª vez q trabalham com a nossa empresa, claro que sim... Venha e não pague que os alentejanos são generosos!!!

Será que para elém de sermos a região mais pobre do país ainda teremos que ajudar o norte na sua expansão económica, oferecendo serviços que em todo o mundo são pagos?

sexta-feira, outubro 06, 2006

Sabedoria Popular...

Quando morro eu não sei
Aquilo que tenho não levo
Mas levo tudo o que dei

Isto é o que acabo de ouvir e tive, porque tive mesmo que registar. Porque se registam os momentos únicos, porque se registam as palavras sábias.

No canto onde estou, muitas vezes trabalho em silêncio para uma máquina muda, mas as pessoas passam e entre as coisas que faço, as palavras que dizem vão ficando. Hoje era uma senhora, nada, mas mesmo nada jovem que falava.

O acentuar dos ‘erres’ enfatizava tudo o que dizia e prendeu-me à conversa que tinha com as amigas. Falava sabiamente dos desejos que tinha para realizar ainda em vida, e falava do apego daquelas que poderiam ajuda-la nessa alegria, mas não o fazem por isso mesmo, apego. Apego à matéria e à vida que, pensam eles, para eles, nunca vai acabar.

Cusca sorridente ouvi, aquilo que era para eu ouvir, porque o dizia alto, com orgulho. Alto para sentir e viver outra vez aquilo que dizia, o ter conseguido ser doutora nos seus tempos de mocidade, as viagens que realizou, as pecinhas que juntou para deixar aos outros um pouquinho do muito mundo onde andou. E isso e o poema que disse emocionaram fortemente porque com a idade que tinha, sendo mulher, seguramente não foi fácil ouvir as recusas que ouviu para poder doar aos outros aquilo que viveu.

O desejo era o de fundar um museu, que já tem recheio e peças, só não tem casa onde morar. E dizia sem tristeza, mas com um sorriso sincero, que gostava ainda de o ver em vinda porque sabe que quando morrer e derem com o que tem o vão fundar. E embrenhei-me nisto, nesta tristeza do querer dar e não poder, do não querer levar mas quase que vai ter que ser, porque a pele enrugada previa uma não muito longa estadia.

E fico triste ao dize-lo mas a Natureza não se engana, e se por vezes nos leva mais jovens do que devia, é certo que nunca, mas nunca mesmo nos deixa aqui. Mesmo que tenhamos vivido muito, com toda a intensidade, como esta Srª viveu, com esta vontade toda, que deixou nos Jardins das Conchas as árvores que lhe pertenciam, árvores que lhe queriam tirar e que ali criaram raízes.

terça-feira, setembro 26, 2006

Salamanca

Um comentário no post anterior despertou a saudade adormecida…

Salamanca que saudades...

España, Salamanca, que saudades… como te extraño, a ti ciudad enorme en cultura, y a tus personas caminantes que no te dejan desnuda…

Que saudades de ter sítios onde ir, lugares com pessoas que se interessam em enche-los com propósitos que vão além de comentar-se uns aos outros…

Sítios com música jazz ao Domingo, Bossa Nova el lunes, chill-out el martes, stand-up comedy el jueves porque el miercoles ya no me acuerdo que era…

Ruas com pessoas que se mexem pela cidade com orgulho em si mesmas porque conseguem ver à sua volta o reflexo daquilo que fizeram… uma cidade feliz! Uma cidade que recorda os 3 Padrinhos numa semana cinéfila e o Charlot na semana seguinte!

Saudades de ver em ti uma exposição brilhante de Júlio Pomar porque valorizas o que é nosso, aquilo que nem sempre valorizamos aqui…

Saudades de ouvir em ti aquela semana de Jazz português que dedicaste aos teus espanhóis que nos aplaudiram de pé, .... mesmo que o vocalista insistisse em dar calinadas no espanhol, chamando-lhe portunhol, quando eles preferem espanholês devido ao protagonismo que tem tudo aquilo que se coloca em primeiro lugar (e um espanhol é sempre orgulhoso de o ser).

Saudades de te ver com todas as tuas pessoas na rua a chorar pelo 11M, de te ver manifestar cada vez que era necessário…. Que saudades…!!!

Ohh..!!! Se pudesse injectar um pouco de ti nesta cidade envelhecida que se não se cuida já não é uva é passa e se continua a não cuidar passa a vila num instante! E em países pobres com os melhores estádios da Europa, não seria de estranhar uma vila com Aeroporto… se ele não voar!

P.S. - Prometo tentar não fazer mais interjeições num post mas hoje foi inevitável porque estava muito nostálgica.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Beja.. um sítio bizarro!

Eu não sei no que estaria a pensar quando iniciei este blog, mas provavelmente teria um daqueles pensamentos idílicos, que tanto invadem as mulheres, de que poderia mantê-lo actualizado com uma certa frequência.!!! Mas a vida que se nos apresenta nos dias de hoje exige uma assiduidade diária e rigorosa, onde há um pré requisito de grande participação activa e esforçada. Como jovem que sou já deveria ter interiorizado que o tempo que tenho no dia é para trabalhar, se é que quero ter alguma independência antes de ter artroses ou ter de usar aparelho auditivo. Cada dia as coisas estão mais dificultadas para quem é jovem e quer viver em Beja. Sim porque aqui, neste lugarejo estranho tudo é mais bizarro. Lugarejo sim, e sem medo de algum ferrenho bejense me chame alguma coisa! Porque numa cidade onde há 19 imobiliárias, mas apenas um sítio para uma grávida comprar umas calças as coisas não podem ser normais. Não é que eu esteja a precisar de calças ou de roupa de pré-mamã, mas parece-me estranho que, ás pessoas que querem investir, só ocorram imobiliárias ou cafés… já chega! Mas este é sem dúvida um sítio onde as coisas estão dificultadas, os preços de tudo estão pela hora da morte e o poder de compra é bastante reduzido, somos uma zona pobre, quando é que vão interiorizar isso?! Porque é que sendo uma das zonas mais pobres somos também a zona com as casas mais caras?! Ajudem-me a perceber, porque estou a trabalhar, por vezes 14 horas por dia e não estou com tempo para entender as excentricidades de uma mentalidade como a esta, porque no fundo ainda acho que a mentalidade pode fazer a cidade… (as pessoas em Évora sempre acreditaram que eram melhores que nós e veja-se… já lá esta o inter cidades!)

quinta-feira, agosto 24, 2006

Como nos repelem os nossos Serviços Públicos

Estou cheia de dores… ando com uma crise qualquer de coluna que me esta a atazanar o juízo de uma maneira rebelde. Mas agora, reflectindo bem e de pé, para ver se as dores não pioram, não sei se estou pior das dores ou pelo facto de, como elas não passam, ter de ir ao centro de saúde!

Da última vez que lá fui tive um episódio que me marcou profundamente… a Srª que lá estava, como boa funcionária pública de atendimento ao cliente, não quis minimizar a má fama da sua classe e fez jus da sua posição. Começou aos gritos comigo, com as sobrancelhas quase unidas de tão arreganhadas que estavam, porque eu não tinha um papel que, supostamente, eles deveriam ter enviado para minha casa, depois de alterarem o sistema. Primeiramente ignorei, e pedi para ser atendida (eu acho que eles ignoram o facto de nós irmos ás urgências, apenas porque se trata de uma emergência e estarmos aflitos e aproveitam qualquer momento para lavar roupa suja). E a senhora insistiu. A raiva começou a entrar e entranhar-se em mim e em poucos momentos fiquei possuída, na verdadeira acessão da palavra, naquele momento senti que precisava de algo bastante forte para exorcizar aquele sentimento tão mau e tão profundo que havia sido provocado em mim e mandei um grito à Srª e perguntei : “Mas se a culpa é vossa que não mandaram o papel, ACABA imediatamente com esse tom de crítica e com a conversa em estilo de raspanete e arranje maneira de me atenderem!” É claro que a minha mãe, muito pudica nestes assuntos, repetiu várias vezes que eu tinha muita febre para se justificar perante a audiência que apreciava o espectáculo…

Por isso imaginem a vontade que tenho de me sujeitar a cenas destas!

sábado, agosto 19, 2006

Nos sítios onde todos se conhecem...


Pequena história para relembrar que não é só Beja que é uma cidade estranha...


Todos sabemos que pertencemos aquele género de cidade que para os seus habitantes é uma cidade, mas que para os de fora é sempre mais pequena e desinteressante que a sua, e para os espanhóis ‘un pueblo’!

E neste tipo de cidade há um fenómeno, que, possivelmente, remontará aos seus tempos de vila, e que a distingue pela positiva. É esse o fenómeno Alcunha. E este fenómeno é bastante interessante e imprime sempre um toque “caseiro” à cidade que, normalmente, é fria e impessoal. Isso graças à massa humana que, apesar de muito próxima, tende a renunciar a uma alma grupal de união, entreajuda e crescimento mútuo. Mas como Beja há outras e, neste caso vou referir-me a Elvas (garantido que há já uma situação parecida aqui na nossa, não se vá sentir atrás, um bejense susceptível!).

Em Elvas há um Sr., o Chico, que casou com uma chinesa. A sua história de amor terá pouca relevância para o caso, e o que é certo é que de imediato ele passou a ser o Chico Chinês. Mas as gentes do Alentejo são conhecidas pela hospitalidade e, como tal, a Sr.ª foi muito bem recebida. Nunca ninguém se atreveu a tentar dar-lhe um nome depreciativo “olha a dos olhos em bico” ou “chinesa!”, isso não, nem pensar…! Que culpa tem a senhora de não ter nascido aqui! É no Alentejo que reside a sua paixão, por isso há que trata-la como deve de ser e para não ferir susceptibilidades é trata-la com respeito… a Sr.ª é a Esposa do Chico Chinês!

P.S. - Posso garantir que um fenómeno parecido se passa em Beja com o Sr. que alugou uma loja sua a um Chinês... deve ser o Zé Chinês (e por acaso o Sr. que a alugou é o único chinês da cidade que não é chinês, mas que lhe chamam chinês por se ter casado com uma chinesa!)

quinta-feira, agosto 03, 2006

O Frenesim Bejense

Tenho andado sem tempo para escrever, e a que se deve isso? Ao facto de andar a procurar casa e a tentar perceber se realmente tenho possibilidades de fazer um crédito bancário ou não. E nisto, observo que aqui o frenesim é diferente.

Esta é uma cidade calma mas não deixa de ter a sua agitação! Além do mais, pertence a um país atulhado em burocracia e, por esse motivo, os bancos daqui não podem ser muito diferentes dos de Lisboa, imprimindo logo um novo ritmo a qualquer tramite bancário… é papelada que falta, é papelada que está a mais, e telefonam porque falta assinar… bem, esse tipo de coisa. A pessoa envolvida num processo destes, mesmo em Beja, cidade pacífica, sente já uma certa agitação!

Depois lembraram-se de pôr parquímetros na cidade. Óptimo para aquele ser que se sentia entediado numa manhã em Beja. Agora já pode andar o tempo todo de um lado para o outro a tirar papelinhos das máquinas, porque só tinha moedas de 20 antes do pequeno almoço e agora já são 10.30 e já passou da hora… pode ainda olhar para o carro daquele vizinho estúpido que se está sempre a gabar de ter uma carrinha nova mas que afinal não paga o parquímetro em frente ao trabalho… (actividade privilegiada numa cidade que privilegia a cusquice de uma maneira geral).

E a agitação bancária, é diferente mas não deixa de estragar uma manhã inteira a uma pessoa. Aqui chegamos e não há muita gente e por isso ficamos a pensar que vai ser rápido, mas aqui, cidade pacata e de bons costumes, o atendimento é personalizado e cada momento é tratado com a cordialidade devida e a lentidão que lhe é inerente. Fala-se do tempo, descobre-se que sou filha da professora do irmão e que trabalho com uma amiga da prima, explica-se tudo muito em explicado, porque o trabalhinho tem que seguir para Lisboa com muito aprumo, não vão os da capital pensar que aqui não se trabalha! Tudo é mais agradável, realmente, mas não deixa de ser uma agitação porque o tempo real que se perde é o mesmo, apenas estáa ser usado abusando de calma e tranquilidade.

Mas tudo pode piorar numa manhã destas, caso se tenha que ir tirar uma fotocópia no centro da cidade. Já quase todos sabem que a opção da fotocópia central é uma má opção, todos conhecem a famosa antipatia da srª das cópias, ao lado da Halcon viagens (em Beja nada tem nome próximo e tudo é perto de alguma coisa). É uma senhora que só nos atende quando bem entende e que muitas vezes se deixa estar sentada sem nos atender, repetindo em pensamento ‘agora esperam!’, para demonstrar que naquele território, ela é quem manda e quem controla o tempo. Essa é uma atitude irritante desde que passamos aquele estágio de evolução de demarcar o território!

E aí as coisas atingem proporções de verdadeira cidade grande, podemos irritar-nos gratuitamente com uma patroa/funcionária absolutamente detestável que tem bastante dinheiro para fechar o negócio e viver dos rendimentos, mas não o faz porque deixaria de ter alguém a quem demonstrar poder dentro daquele reino criado.

Beja apresenta assim, o petisco completode uma manhã bem perdida a tratar de assuntos importantes, com direito a atritos de atendimento e irritações com o carro.

13a@beja

sexta-feira, julho 28, 2006

Aguarde por favor!

As coisas estão, certamente ao contrário… cada dia há mais coisas/pessoas/situações neste país que me levam a acreditar que o povo português é um povo sui geniris, sem comparação possível!

Hoje telefonaram-me para o trabalho e mandaram-me aguardar porque se tratava de uma chamada do Porto (há que imaginar uma senhora a dizê-lo com uma voz comprometida!). Isto, por si só, já me parece estranho… não estamos nós na era dos telemóveis e das telecomunicações, em que telefonar do Porto é tão natural como de Lisboa ou Bardalhais de Samouco?

Bem, mas o que é certo é que eu esperei e esperei até que comecei a reflectir no ridículo de toda a situação. Nunca pensei que se pudessem dar ao trabalho de telefonar para o trabalho de alguém a pedir que ‘aguarde’ sem qualquer outra explicação.

Aguardar o quê? Por quem? E aliás, se eu evito esperas por que raios me hão-de telefonar a pedir para esperar sem motivo nenhum?! O que me oferecem em contrapartida por esperar… é que quem está a pagar esse meu tempo são os meus patrões! Se alguém tivesse esse direito de mal gastar o meu tempo seriam eles já que é a eles que vendo essas horas do meu dia!

Até que atende uma senhora, que interrompe bruscamente aquela música horrível e me diz num tom de quem está a achar completamente imprópria a hora daquele telefonema: ‘olhe, vai ter que aguardar mais um bocadinho está bem?!’ Com tom de chateada, a dar-me a conhecer o seu desagrado por eu estar a ser inoportuna (devo lembrar que fui eu a que recebeu a chamada). Eu aguardei e lá atendeu um senhor que queria realmente solicitar um serviço… mas isto leva-me a perguntar:

Não seria melhor telefonar, seja para onde for, quando tivermos tempo para o fazer?

(Outra questão, a 1ª voz que advertiu do telefonema longínquo não era a mesma voz que me deu a entender que eu estaria a incomodar... no meio desta crise toda digam-me quem é o Sr. que tem duas funcionárias a fazer chamadas deste tipo?)

sábado, julho 22, 2006

Beja...

É aquela cidade pequena onde tudo é pequeno e onde qualquer sinal mais óbvio de uma certa grandeza interior provoca logo olhares estranhos e sussurros maliciosos.

É aquela cidade que quer muito crescer mas que não pensa que isso pode estar no crescimento de cada um e sim em investimentos exteriores que raramente chegam ou, se chegam rapidamente desaparecem. Como é o caso de uma loja mais original ou de um projecto mais arrojado.

É aquela cidade que quer muito que os seus jovens voltem, mas que quando voltam não têm muitas saídas na sua área… e mais grave ainda…

É aquela cidade que, quando esses jovens voltam, e não encontram na área, procuram em áreas alternativas que podem ter o seu interesse, a cidade acolhe com o dedo apontado. Não reconhece o valor daqueles que voltam e querem ficar mesmo abdicando do sonho liceal. Comentam com desdém e com a sobrancelha franzida a nova escolha. Seria melhor então, não ter voltado ou não fazer nada? Seria mais digno ficar sem fazer nada? Entupir o centro de emprego por ser fiel à minha área?

A mim não me parece estranho que uma pessoa não seja uma opção apenas e sim um conjunto de gostos variados e de muitas áreas de interesse. Além do mais não abdiquei das artes, só trabalho numa coisa diferente!

E gostaria muito que cada um nesta cidade se concentrasse na sua vida e não na dos vizinhos, porque grande parte da mudança poderia, eventualmente, partir daí. Já se sabe que para um campo ser verde, cada erva por si só tem que ser verde e concentrar-se nisso para que o todo resulte como verde… se cada uma decidir ser amarela ou azul não há um consenso … e todos nós no fundo queremos o mesmo, uma cidade mais saudável a nível de relações sociais!

13a

quinta-feira, julho 13, 2006

Os efeitos milagrosos de 6 descafeinados/dia

IN_utilidades muito mais IN que úteis

Pareceu-me demasiado brusco começar com ‘estou indignada’ e por isso disfarço com este texto prévio, bastante reles mas que permite que essas sejam apenas umas palavras depois das duas primeiras…

Mas a verdade é que estou indignada com algumas notícias que tenho visto pelos jornais e respectivas revistas. Não é muito importante pôr aqui os artigos (até porque me parece inútil) mas posso dar uma pequena ideia de uma em particular que me deixou indecisa entre o rir ou a tristeza por haver tantos esforços num sentido tão sem interesse.

Uma Universidade Americana (só podia ser!) fez um estudo, durante alguns meses, e chegou á (brilhante) conclusão de que se uma mulher (o estudo foi feito em mulheres) beber 6 descafeinados por dia reduz em 33% a possibilidade de vir a ser diabética!

E eu pergunto-me…‘ que raio de conclusão é esta? ‘‘o que se pretende com isto? ’

É que nas minhas contas 33 nem é assim tanto que me pareça merecer o esforço que teria de fazer para beber 6 descafeinados por dia! Se reduz em 33% as possibilidades de uma pessoa normal, ainda deixa 67% dessas possibilidades… (sejam elas quais forem)

Bom mas a minha indignação reside no facto de terem feito um estudo tão estranho, tão bizarro. Um gasto enorme de energias e recursos para uma conclusão tão …??? Nem sei! É que, pelo menos a mim, esta conclusão magnífica não me motiva, não me leva a beber 6 descafeinados por dia.

13a (indignadíssima)

quarta-feira, julho 12, 2006

Reflexões temáticas...

E podemos iniciar aqui aquele documento que existiu sempre em qualquer um dos computadores que já me passaram pelas mãos, ou, antes desse tempo, por qualquer caderno foleiro que me passou pelas mãos. Aquele documento que até existe temporariamente no sítio onde tenho que trabalhar todos os dias… o mítico diário de bordo que insisto em escrever. Um registo estranho de uma vida pacata, que pouco tem para acrescentar, mas que por algum estranho motivo fascina os outros a quem conto as vagarosas novidades (talvez por ser a de um estranho e não a sua própria).

É neste sítio que faço ‘aqueles’ registos (os tais), aquelas reflexões que em muita gente parecem sábias e que a mim me dão uma vergonha tão grande que só as consigo fazer aqui. Com forma de desabafo surdo e que é gostoso porque só tem som na minha cabeça vazia e que mesmo nela se faz baixinho em tom de sussurro e com sorrisinho malandro de vergonha. Aqui posso falar naquelas coisas estranhas que não podem ser lidas em alto porque anexam o fardo pesado da censura moral ou da não concordância geral.

Reflexões temáticas...

Tão típicas de tantos blogs, mas para mim uma coisa estranhíssima que eu adoraria fazer com a mesma desenvoltura que os autores dos ditos. Eu só me aproximo disso na questão do tema, mas a verdade é que normalmente não consigo chegar a conclusões com um certo humor. Fico normalmente naquela situação, mais do que normal, do pensar por pensar.


Preocupo-me com as conjugações de palavras mais harmoniosas, ou seja, organizo os pensamentos com palavras mais elaboradas ou que me parecem na altura mais esclarecedoras mas sem chegar a lado nenhum (e isto apenas no plano das tentativas, visto que talvez seja demasiado ambicioso falar aqui de harmonias). E isto causa-me estranheza e, sem querer usar a palavras mais brusca, mas tendo necessariamente que o fazer, sinto ciúme daqueles que chegam facilmente a conclusões sobre os temas escolhidos e esclarecem aí as suas dúvidas. Devo confessar que sempre ambicionei isto. Isto de chegar a algum lado. Durante alguns anos acreditei que o fazia escrevendo, mas agora que leio o que foi escrito devo dizer que essa clareza mental que me dominava depois de escrever, se devia única e simplesmente ao facto de ficar absolutamente relaxada e calma… porque conclusão, conclusão agora vejo que não há!!!

Porque se, em tom de desespero, busco em textos antigos o que escrevi, não me esclarecem em nada, e não são os manuais lindos e maravilhosos que me parecia a mim que estava a escrever, enquanto o fazia. E olho para estes blogs e penso, ‘esta gente está safa’. Estes senhores sim!, sabem o que fazer para prevenir situações futuras, não são como eu que registam sem parar, eles tiram conclusões para poder alcançar algo, são científicos na sua vida… eu não! Pelos vistos sou apenas uma idiota que vive, dando força ao lado esquerdo, que contém menos razão, e que depois escreve, escreve, sem objectivo no registo e apenas para saborear novamente a emoção.

13a

... e nasce mais um!

In_útil

O blog que não tem (absolutamente) nada de novo a acrescentar!